segunda-feira, 25 de julho de 2011

Apagão de Talentos


Tema sobre o qual estamos ouvindo muito ultimamente, vamos entender um pouco sobre o mesmo e verificar alternativas de solução possíveis de serem implementadas pelas empresas.
O Brasil é hoje a 10ª economia mundial e espera se tornar em breve a 5ª. Vários vetores impulsionam o seu crescimento, como a força das empresas na agricultura, indústria e serviços. Outros fatores como a descoberta do pré-sal, a Copa do Mundo e a Olimpíada vão acelerar a busca de pessoas qualificadas. E, mesmo antes que esses efeitos se manifestem, já vivemos um apagão de talentos em diversos setores.
Citando uma frase conhecida de Charles Darwin: “Não são as espécies mais fortes que sobrevivem, nem as mais inteligentes, mas as mais sensíveis à mudança.” Essa frase cabe bem no contexto atual, pois, percebemos que estamos vivendo em meio a mudanças constantes no mercado de trabalho.
As empresas buscam profissionais adaptáveis a essas mudanças: tecnologias, relação de emprego, mercado, valores, crenças, atitudes. Muitos profissionais pensam que podem fazer as mesmas coisas e do mesmo modo durante toda a vida e depois reclamam que não são bem sucedidos.
Profissionais habilidosos, criativos, com visão ampliada, disciplinados, com conhecimento de mercado, equilíbrio emocional, iniciativa, persistentes. Essas e outras habilidades e qualificações são valorizadas pelo mercado.
Por outro lado, as empresas devem ter condições favoráveis para manter em seu quadro os bons profissionais e atrair outros, quando necessário.
Muitas organizações traçam dezenas de estratégias, estabelecem muitas regras e cobram resultados. No entanto, é necessário que saibam a forma mais adequada para fazer isso. Muitas vezes são regras que só fazem engessar os processos e limitar a atuação e a criatividade dos profissionais.
Profissionais bem preparados e diferenciados, que respondem ao desempenho esperado, almejam por oportunidades de crescimento dentro das empresas, o que nem sempre encontram.
Dessa forma, se sentem desestimulados e vão buscar empresas que ofereçam o crescimento desejado na carreira.
As organizações precisam confiar nos profissionais, dar-lhes mais autonomia. Bill Fischer, professor de gestão de tecnologia no IMD, presente no último Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas (CONARH) - acredita que o Brasil já dispõe dos talentos que precisa e o pior, eles são inexplorados pelas lideranças que, ao invés de auxiliar para o desempenho destes, tolhem seus talentos.
"A maioria das sociedades poderia gerar grandes mudanças em sua performance econômica, de forma rápida, se confiasse suficientemente em seus empregados a ponto de fazê-los parceiros plenos no processo de mudança", afirma o professor.
Uma alternativa, já adotada em várias organizações, é formar seus próprios talentos. Investir em cursos e especializações desenvolvendo, assim, profissionais capacitados para desempenhar as atividades necessárias. Reter, desenvolver e motivar os talentos, investindo na educação.
É claro que a remuneração justa também é um dos fatores relevantes para atrair e reter os melhores profissionais. Ao lado disso, empresas com uma missão inspiradora, um bom clima organizacional, onde as pessoas se sentem parte do processo, também são fatores relevantes.
O melhor capital humano não se encontra nos bancos de dados de candidatos de processos de seleção anteriores, ou currículos enviados espontaneamente. Geralmente, o bom profissional precisa ser buscado por um recrutador especializado. Sobre isso podemos falar posteriormente.
Concluindo, se a empresa investe em ações de valorização dos talentos e mostra isso ao mercado, com toda a certeza não terá problemas para ter em seu quadro os melhores profissionais de que ela precisa para ser competitiva e perene.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Os sons da floresta


No século III d.C., um rei mandou seu filho, o príncipe T'ai, ir estudar no templo com o grande mestre Pan Ku. O objetivo era preparar o Príncipe, que iria suceder ao pai no trono, para ser um grande Administrador. Quando o Príncipe chegou ao templo, o Mestre logo o mandou, sozinho, à floresta. Ele deveria voltar um ano depois, com a tarefa de descrever os sons da floresta.

Passando o prazo, o Príncipe retornou e o Mestre lhe pediu para descrever os sons de tudo aquilo que tinha conseguido ouvir.

"Mestre", disse o Príncipe, "pude ouvir o canto dos pássaros, o roçar das folhas, o alvoroço dos beija-flores, a brisa batendo suavemente na grama, o zumbido das abelhas e o barulho do vento cortando os céus".

Quando o príncipe terminou, o Mestre mandou-o de volta à floresta para ouvir tudo o mais que fosse possível. O Príncipe ficou intrigado com a ordem do Mestre. Ele já não tinha distinguido cada som da floresta ?

Por longos dias e noites o Príncipe se sentou sozinho na floresta, ouvindo, ouvindo. Mas não conseguiu distinguir nada de novo além daqueles sons já mencionados ao Mestre. Então, certa manhã, sentado entre as árvores da floresta, começou a discernir sons vagos, diferentes de tudo o que ouvira antes. Quanto mais atenção prestava, mais claros os sons se tornavam. Uma sensação de encantamento tomou conta do rapaz. " Esses devem ser os sons que o Mestre queria que eu ouvisse", pensou. Sem pressa, o Príncipe passou horas ali, ouvindo e ouvindo, pacientemente. Queria ter a certeza de que estava no caminho certo.

Quando o Príncipe retornou ao templo, o Mestre lhe perguntou o que mais ele tinha conseguido ouvir. "Mestre", respondeu reverentemente o Príncipe, "quando prestei mais atenção, pude ouvir o inaudível; o som das flores se abrindo, do sol aquecendo a terra e da grama bebendo o orvalho da manhã". O Mestre acenou com a cabeça em sinal de aprovação.

"Ouvir o inaudível é ter a disciplina necessária para se tornar um grande Administrador. Apenas quando aprende a ouvir o coração das pessoas, seus sentimentos mudos, os medos não confessados e as queixas silenciosas e reprimidas, um Administrador pode inspirar confiança a seus comandados, entender o que está errado e atender às reais necessidades dos liderados. A morte de uma empresa começa quando os líderes ouvem apenas as palavras pronunciadas pela boca, sem mergulhar a fundo na alma das pessoas para ouvir seus sentimentos, desejos e opiniões reais".